Olá curiosos,
“Muitas vezes as pessoas que comunicam com um gago sentem
dificuldades e desconforto. As suas reacções a estas dificuldades devem ser
controladas para não prejudicarem a fala e bem-estar do gago” (A.P.G)
Se é um educador (professor, pai, explicador …) aqui ficam alguns conselhos para comunicar com um adolescente gago:
Atitudes indicadas para o educador:
- Ouvir
melhor o que o adolescente diz, observando sempre a sua reação- notar
quanto fala e sobre o que fala. O educador deve tentar entender os
sentimentos por trás das palavras do adolescente;
- Olhar
para o adolescente enquanto ele fala. Prestar atenção Às expressões
faciais, postura corporal e movimentos que possam acompanhar uma
disfluência;
- Deixar
o adolescente terminar a perguntar antes de dar a resposta;
- Em
relação aos pais, este devem ir além de dar ordens, devem conversar com os
indivíduos, trocar ideias e sentimentos;
- Aceitar
e ser paciente em relação à gaguez. Os educadores não se devem aborrecer
se notarem que a disfluência está a piorar, pelo contrário, devem apoiar o
adolescente;
- Fazer
com que o adolescente tenha experiências positivas com a fala, para que
este associe prazer à fala. Ler e contar histórias que enfatizem este
prazer;
- Evitar
gritar, ou modificar a sua própria fala. O grito pode ser visto como uma
punição à gaguez;
- Evitar
dar atenção ao adolescente apenas quando este gagueja, pois este não deve
usar a gaguez como meio de se diferenciar, nem como recurso para ser
ouvido;
- Promover
um ambiente social de conversação não competitivo. As comparações com os
outros não são necessárias.
Atitudes prejudiciais do educador com o adolescente:
- Dizer
ao individuo para se acalmar e respirar antes de falar e pensar primeiro
no que vai dizer;
- Chamar
o adolescente de “gago”. Não é indicado que ele crie uma auto-imagem de
“gago”, isto gera insegurança;
- Criticar
e corrigir a fala do adolescente. Isso faz com que ele fique frustrado por
algo que não pode controlar;
- Completar
o que o indivíduo está a falar ou interrompê-lo enquanto o faz. Ele pode
começar a sentir-se menos confiante como “falante”;
- Apressar
a pessoa que está a querer falar. Desta maneira o adolescente fica mais
ansioso;
- Os
educadores não devem mostrar uma preocupação exagerada com a gaguez. Isso
dá maior liberdade para que o adolescente possa continuar a desenvolver as
suas habilidades de fala;
- Falar
muito rápido e de forma difícil dificulta a compreensão da mensagem, além
de gerar ansiedade e medo de não conseguir responder com a mesma
habilidade de linguagem;
- Forçar
o adolescente a falar em publico. A experiência pode ser traumatizante;
- Superproteger
o adolescente pode fazer com que este tenha medo de falar, se expor e
lutar por aquilo que quer obter.
Os educadores devem ficar atentos a certas situações em
particular:
- Ao
fazer perguntas nas aulas, inicialmente deve-se formular questões para as
quais o adolescente possa responder com poucas palavras, pelo menos até
que este se adapte à turma. Deixar claro para a turma que todos terão o
tempo que for necessário para responder a cada pergunta;
- A
leitura em voz alta pode ser um problema se o adolescente não for encorajado
a praticar em casa. Uma sugestão para que ele gagueje menos é que a
leitura seja feita com um colega, pois as pessoas que gaguejam tornam a
leitura mais fluente quando realizada com outra pessoa. Aos poucos o
adolescente vai-se tornando mais confiante e, posteriormente, poderá
realizar a leitura sozinho;
- A
ridicularização por parte de outros colegas é humilhante para a criança
que gagueja. O educador deverá conversar com o indivíduo que gagueja e com
o que o ofendeu, explicando a situação;
- O
educador deve tratar o adolescente disfluente da mesma maneira que trata
os outros colegas.
(Andrade, C.)
Curiosidade:
Sabias que as pessoas
gagas não são menos inteligentes?
Pois, não existe nenhuma prova científica que prove uma relação entre a gaguez e a
inteligência. Pode sim, acontecer que um gago expresse menos a sua opinião,
devido às barreiras que enfrenta, para a expressar.
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