20 de outubro de 2013

Conselhos para comunicar com um gago

Olá curiosos,
   “Muitas vezes as pessoas que comunicam com um gago sentem dificuldades e desconforto. As suas reacções a estas dificuldades devem ser controladas para não prejudicarem a fala e bem-estar do gago” (A.P.G)

     Se é um educador (professor, pai, explicador …) aqui ficam alguns conselhos para comunicar com um adolescente gago:

Atitudes indicadas para o educador:
  • Ouvir melhor o que o adolescente diz, observando sempre a sua reação- notar quanto fala e sobre o que fala. O educador deve tentar entender os sentimentos por trás das palavras do adolescente;
  • Olhar para o adolescente enquanto ele fala. Prestar atenção Às expressões faciais, postura corporal e movimentos que possam acompanhar uma disfluência;
  • Deixar o adolescente terminar a perguntar antes de dar a resposta;
  • Em relação aos pais, este devem ir além de dar ordens, devem conversar com os indivíduos, trocar ideias e sentimentos;
  • Aceitar e ser paciente em relação à gaguez. Os educadores não se devem aborrecer se notarem que a disfluência está a piorar, pelo contrário, devem apoiar o adolescente;
  • Fazer com que o adolescente tenha experiências positivas com a fala, para que este associe prazer à fala. Ler e contar histórias que enfatizem este prazer;
  • Evitar gritar, ou modificar a sua própria fala. O grito pode ser visto como uma punição à gaguez;
  • Evitar dar atenção ao adolescente apenas quando este gagueja, pois este não deve usar a gaguez como meio de se diferenciar, nem como recurso para ser ouvido;
  • Promover um ambiente social de conversação não competitivo. As comparações com os outros não são necessárias.

Atitudes prejudiciais do educador com o adolescente:
  • Dizer ao individuo para se acalmar e respirar antes de falar e pensar primeiro no que vai dizer;
  • Chamar o adolescente de “gago”. Não é indicado que ele crie uma auto-imagem de “gago”, isto gera insegurança;
  • Criticar e corrigir a fala do adolescente. Isso faz com que ele fique frustrado por algo que não pode controlar;
  • Completar o que o indivíduo está a falar ou interrompê-lo enquanto o faz. Ele pode começar a sentir-se menos confiante como “falante”;
  • Apressar a pessoa que está a querer falar. Desta maneira o adolescente fica mais ansioso;
  • Os educadores não devem mostrar uma preocupação exagerada com a gaguez. Isso dá maior liberdade para que o adolescente possa continuar a desenvolver as suas habilidades de fala;
  • Falar muito rápido e de forma difícil dificulta a compreensão da mensagem, além de gerar ansiedade e medo de não conseguir responder com a mesma habilidade de linguagem;
  • Forçar o adolescente a falar em publico. A experiência pode ser traumatizante;
  • Superproteger o adolescente pode fazer com que este tenha medo de falar, se expor e lutar por aquilo que quer obter.

Os educadores devem ficar atentos a certas situações em particular:
  • Ao fazer perguntas nas aulas, inicialmente deve-se formular questões para as quais o adolescente possa responder com poucas palavras, pelo menos até que este se adapte à turma. Deixar claro para a turma que todos terão o tempo que for necessário para responder a cada pergunta;
  • A leitura em voz alta pode ser um problema se o adolescente não for encorajado a praticar em casa. Uma sugestão para que ele gagueje menos é que a leitura seja feita com um colega, pois as pessoas que gaguejam tornam a leitura mais fluente quando realizada com outra pessoa. Aos poucos o adolescente vai-se tornando mais confiante e, posteriormente, poderá realizar a leitura sozinho;
  • A ridicularização por parte de outros colegas é humilhante para a criança que gagueja. O educador deverá conversar com o indivíduo que gagueja e com o que o ofendeu, explicando a situação;
  • O educador deve tratar o adolescente disfluente da mesma maneira que trata os outros colegas.

(Andrade, C.)


Curiosidade: 
Sabias que as pessoas gagas não são menos inteligentes?

Pois, não existe nenhuma prova científica que prove uma relação entre a gaguez e a inteligência. Pode sim, acontecer que um gago expresse menos a sua opinião, devido às barreiras que enfrenta, para a expressar.

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